5 de outubro de 2009

Sophia, Sophia.

Atirei a bolsa e os sapatos, já nas mãos, ao chão. Bêbada, o cheiro de bebida e cigarro ia ficando pelos corredores por onde me arrastava até encontrar a porta. Mal me sustentava em pé, e durante o caminho os postes pareciam dançar na minha frente. Alive, na voz de Liam Gallagher deve ter acordado a cidade toda, reclamações e xingamentos dos mais variados e mal educados possíveis. Porra, eu queria era que o mundo explodisse, ou simplesmente a parte de mim que cultivava o maldito 'amor' simplesmente fosse assassinada, arrancada, devorada, extinguida. É a coisa mais ridícula, o ápice da fraqueza. E que diabos, achei que tinha me livrado dele. Mas não, eu era Sophia. Eu não tinha esse tipo de amor em mim. Desses que vêem, vão e não voltam mais. O meu, tira folga e se vê no direito de retornar e botar minha vida de cabeça pra baixo quando bem entender. Cheio de nós, nos dois sentidos da palavra. Eu era Sophia, que morava no 7º andar, e que os vizinhos odiavam. Que tomava um balde de café para se manter em pé no estágio. Que mergulhava na banheira de água gélida as 6 da manhã, para se livrar do cheiro de embriaguez da noite anterior. Sou Sophia, que aos olhos de todos se basta. Sophia, que parecia ser forte. Mas, não sou.